12.23.2007

BOM NATAL!!!!

Para todos os que ainda tiverem a pachorra de por aqui passar...

12.21.2007

Marrakech


Depois da estadia em Fez, foi altura de rumarmos a Marrakech. À medida que se avança para sul, a paisagem vai-se alterando: cada vez menos verde e cada vez mais areia.
A meio da viagem passámos por Ifrane, pequena cidade que é conhecida pela “Suíça marroquina” por causa da neve no Inverno, das suas casas de telhados em V e por ser o lugar onde o Rei passa as suas férias de Inverno.

Quando se entra em Ifrane parece que estamos em qualquer lado menos em Marrocos: muitos jardins, o parque automóvel é consideravelmente melhor, as ruas estão imaculadamente limpas e não há vendedores....Esta pequena vila deve ser o lugar onde o jet-set se deve reunir no Inverno.
Haveríamos de pernoitar aqui à vinda.
A viajem continuou em direcção a Marrakech. Depois de uma pequena paragem às portas da cidade para reagrupar e retemperar energias aventurámo-nos no meio do transito em “hora de ponta”. Esta foi mais uma “daquelas” experiências.
Para além de estarmos a chegar em plena hora de frenesim comercial (tinha acabado o jejum por aquele dia) o trânsito era perfeitamente caótico (em termos europeus...). No meio do fumo, da poeira e ao som cacofónico das buzinas lá fomos avançando quais guerreiros intrépidos!
O dia seguinte foi inteiramente dedicado à cidade. Eu a minha “mais-que-tudo”, já ambientados àquela gente, aventurámo-nos sozinhos pela medina. Esta é menos caótica que a de Fez e é possível circularmos nela sem nos perdermos (desde que nos mantenhamos nas ruas principais). Mais uma vez valeu a pena imiscuirmo-nos naquela vivência: o diálogo com os comerciantes, as lojas de verdadeiras antiguidades árabes em salões decorados à maneira marroquina (aqui ao preços não são tão negociáveis – o que vale realmente dinheiro não é barato!), as cores das especiarias, os cheiros... estava tudo lá. Até fizemos um amigo que nos convidou na próxima vez que lá fossemos para ficar num riade de um amigo dele... haveremos de aceitar.
Também visitámos os museus da cidade: antigos palácios reais, jardins reais, belíssimos jardins interiores com as suas fontes árabes, as ruas dos artesãos de lanternas.
Acabámos o dia a recompensarmo-nos com um belo chá de menta na mais famosa praça (Djemaa-el-Fna) onde podemos encontrar os vendedores de água, os encantadores de serpentes, os comerciantes e o comércio que se começa a instalar ao fim da tarde.
Jantamos, demos mais uma vista de olhos nocturna à cidade e recolhemo-nos... o dia seguinte iria ser duro... muito duro.

(continua...)

11.22.2007

Finalmente... de volta.
Marrocos #1

Olá Blogosfera!! Realmente foi um grande interregno. Não, não me perdi no deserto nem me trocaram por camelos eheheh. Apenas o trabalho e, confesso, um pouco de preguiça que se apoderou de mim depois desta viagem, me mantiveram afastados do "Grama".
Mas agora estou de volta.
Marrocos é "um mundo à parte", não só pelas suas paisagens mas também pela sua cultura e pela sua gente.
Depois de se tentar acomodar a bagagem de duas pessoas mais acessórios em três pequenas malas duma mota fizemo-nos à estrada. A viagem até Tarifa não tem muito que contar apenas saliento os belos caminhos do interior do nosso Portugal.
O dia seguinte "empacotamos" o "Beículo" no ferry e fizémo-nos ao mar!!!
A aventura começa no "lá-de-lá".... mal pousamos o pé em solo Marroquino "caem-nos" em cima uns senhores que se prestam para acelerar o processo de entrada no país em troca de uma "pequena" gorjeta... mais tarde (à vinda) apercebemo-nos que o processo não é assim tão complicado e não é tão moroso quanto isso. Depois dos pró-formes lá nos apressamos por saír de Tangêr pelo meio do caos que é o trânsito. Tânger é uma cidade como outra qualquer...
No trajecto até Fès ainda paramos em Chefchaouen.
Aquela vila é muito bonita com as suas casas brancas com as portas azuis. Aqui esperávamos petiscar qualquer coisa mas havia um pormenor... era Ramadão! Aquele pessoal não come nem bebe (!!) durante o dia por isso a solução foi ir até ao Hotel mais próximo, e aí "fazem o favor" de nos servir qualquer coisa. Aqui provei o prato nacional: Tarjin, uma espécie de guisado que pode ter as "variantes" de frango, borrego e vegetais com couscous. Uma nota, o pão é muito bom (ok o nosso é melhor mas aquele não lhe fica atrás).
Já mais compostos rumamos a Fès. Durante o percurso podémos observar uma paisagem muito verde e até, em alguns sítios, muito parecida com Portugal! As viagens fazem-se muito bem. As estradas, asfaltadas, estão em bom estado, a sinalização é boa e, embora haja muitas operações stops e controlos de velocidade (com umas câmaras de filmar muito manhosas que duvido que registem alguma coisa...), aqui os motards nunca foram mandados parar (também éramos tantos!...). Convém é ter cuidado com as crianças que andam pelas bermas e com os animais... e com alguns camiões atulhados até às "orelhas"!!!



Chegados ao nosso destino e depois de instalados fomos dar uma volta a pé pelo centro da cidade. Ora, era uma sexta-feira e, pelos vistos, dia de festa na altura do Ramadão... aquilo parecia o S.João só que em vez de se beber Super Bock, aquela gente "enfrascava-se" com chá de menta como se não houvesse amanhã. Vai daí... em Roma sê romano... fizemos o mesmo. Soube mesmo bem!!!
Para passar o tempo ainda contemplámos um cruzamento fantástico onde poderíamos ver como o código é uma utopia. O mais importante é buzinar e não parar... não cá prioridades, peões ou passadeiras a respeitar. A palavra de ordem é Siga!!!! O único inconveniente é a poluição... muita!!
O dia seguinte foi aproveitado para visitar o palácio do rei (que estava na cidade) e a medina.
Aqui aconselho vivamente irem com um guia pois aquela medina é labiríntica mas vale bem a pena: os burros de um lado para o outro a transportar mercadorias, a côr do comercio (dos fruto secos, especiarias, tecidos, tapetes, couros e pratas), o fabrico do pão e os constantes "berros" dos comerciantes formam um cenário fantástico. Ali tivemos hipótese de visitar a única madrassa (escola onde se ensina o corão) "visitável". Lá dentro podemos regalar-nos com as extraordinárias decorações tipicamente árabes todas feitas à mão. O almoço foi num restaurante numa ruínha minúscula onde ninguém diria que ali estava um belo restaurante com uma decoração, e atendimento, típicas.
Até ao fim do dia ainda tivemos oportunidade de visitar as mais diversas lojas, fábricas de joalharia, olaria (onde faziam umas mesas ladrilhadas à mão muito bonitas) e as "famosas" tinturarias do couro.... (as condições em que aquelas pessoas trabalham é que são deploráveis...)
Se quiserem comprar qualquer coisa, preparem-se para "marralhar". Eles pedem 500 vocês oferecem 50 e fecham negócio por 100! Ou trocam os vossos óculos ou boné.... Fantástico eheheh eles adoram um bom "marralhanço" (acho que nós também...). Como um marroquino me disse "português é como marroquino... não tem dinheiro!!" e ria-se a bandeiras despregadas!



(continua...)

10.03.2007

Em terras de Mouros

Nos próximos dias o "Grama de Condão" vai estar um pouco para o parado. A razão é que vou andar, que nem D. Sebastião, por terras de mouros, mais propriamente por Marrocos.
Um dos pequenos sonhos que tinha, como motociclista, era ir até lá. Ora chegou a hora!!
Espero trazer muitas aventuras para vos contar e fotos para vos mostrar.

Um abraço

P.s. - Fica aqui o "som" marroquino de Natacha Atlas

9.29.2007

90 Anos

Quando ela fala acalma-me.
Quando sorri faz sorrir toda agente à volta dela.
Parte do que sou Hoje, devo-o a ela.
Só uma grande mulher como ela consegue reunir tanta gente à sua volta
Hoje é um grande dia.
Uma das mulheres da minha vida completa 90 primaveras.

Parabéns avó



David Bowie - Absolute Beginners

I've nothing much to offer
There's nothing much to take
I'm an absolute beginner
And I'm absolutely sane
As long as we're together
The rest can go to hell
I absolutely love you
But we're absolute beginners
With eyes completely open
But nervous all the same

If our love song
Could fly over mountains
Could laugh at the ocean
Just like the films
There's no reason
To feel all the hard times
To lay down the hard lines
It's absolutely true

Nothing much could happen
Nothing we can't shake
Oh we're absolute beginners
With nothing much at stake
As long as you're still smiling
There's nothing more I need
I absolutely love you
But we're absolute beginners
But if my love is your love
We're certain to succeed

If our love song
Could fly over mountains
Sail over heartaches
Just like the films
There's no reason
To feel all the hard times
To lay down the hard lines
It's absolutely true

9.26.2007

Quando a versão supera o original.

São raros os momentos em que, no mundo da música, nos deparamos com casos em que um determinado tema melhorou imenso quando tocado de uma outra forma por um outro artista ou até mesmo pelo seu autor original (ver post n.º 2 "David Bowie - Loving the Alien").
Quando falo destas "versões" falo, no fundo, de re-interpretações. Falo naquele momento em que o respectivo autor dessa "versão" conseguiu captar a verdadeira essência da música e moldou-a à sua imagem sem no entanto a detorpar.
Poderia enumerar aqui um sem número de versões de outras músicas que, fugindo a esta lei tão nobre, se tornaram perfeitas aberrações ou, simplesmente, cópias mal feitas em que, muitas das vezes, o que se mudou foi apenas o ritmo ou se traduziu a letra (infelizmente a música brasileira tem-nos brindado ultimamente com estes infelizes exemplos...).
Notei, também, que as boas re-interpretações são muitas vezes encontradas no campo do Jazz enquanto que as outras caem mais na área do Pop. Porque será que isto acontece? Será porque os interpretes Jazz são melhores (verdadeiros) músicos? Não creio. Será porque, talvez, não estejam submetidos à pressão comercial de ter que agradar? Talvez.
O que conta é que de vez em quando lá somos brindados com bons exemplos.
A título de exemplo deixo aqui uma soberba interpretação "aJazzada" de uma música Pop: "Love Is Blindness" dos U2.
Não quero com isto dizer que os U2 são maus músicos, pelo contrário!!! Apenas que esta música, a meu ver, ficou muito melhor nesta versão (perdoem-me os fãs...).
Gostei da sensibilidade incutida pela Cassandra Wilson, a sua voz rouca, o "entrelaçar" dos instrumentos acústicos.... está perfeito.









"Love Is Blindness"

Love is blindness
I don't want to see
Won't you wrap the night
Around me
Oh my heart
Love is blindness

In a parked car
In a crowded street
You see your love
Made complete
Thread is ripping
The knot is slipping
Love is blindness

Love is clockworks
And cold steel
Fingers too numb to feel
Squeeze the handle
Blow out the candle
Love is blindness

Love is blindness
I don't want to see
Won't you wrap the night
Around me
Oh my love
Blindness

A little death
Without mourning
No call
And no warning
Baby...a dangerous idea
That almost makes sense

Love is drowning
In a deep well
All the secrets
And no one to tell
Take the money
Honey
Blindness

Love is blindness
I don't want to see
Won't you wrap the night
Around me
Oh my love
Blindness

9.15.2007

Pois... é assim que mudam as pessoas.

" - Pela tua experiência do mundo, como é que as pessoas mudam?
- Bem, tem algo a ver com Deus. Portanto não é muito simpático.
Deus rasga a pele, da garganta ao ventre, com a Sua unha do polegar partida. Depois mete lá dentro uma enorme mão imunda. Pega nos teus vasos sanguíneos. Eles esquivam-se para fugir à Sua mão, mas Ele aperta com força insistindo. Puxa e volta a puxar... até sacar cá para fora todas as tuas entranhas.
E a dor... nem consigo falar disso.
Depois, volta a enfiá-las, sujas, emaranhadas, dilaceradas e cabe-te a ti fazer a sutura.
(...)
Só tripas mutiladas a fingir...
- Pois... é assim que mudam as pessoas"

Diálogo retirado da série "Anjos na América" ("Angels in America") de Mike Nichols.

Este dialogo foi um de muitos diálogos soberbos que tive oportunidade de ver nesta série onde não faltam excelentes interpretações de Al Pacino, Meryl Streep, Emma Thompson, Mary-Louise Parker (da série "Erva" - RTP2), etc.
Vale a pena ver... várias vezes.

8.21.2007

... na senda das aldeias históricas.

Pois é, arranjei mais uns diitas de folga e lá aproveitei para "arejar" mais um bocadinho.
Desta forma, munido de boa disposição e de bons amigos, lá rumei ao Parque Natural da Serra da Estrela (já lá não ia há cerca de 20 anos...).



Entrando por Seia, o caminho, até ao primeiro restaurante ("Mirante da Estrela"), foi feito sempre por estradas serpenteantes e que fazem a delícia de qualquer motociclista. Lá chegado, a vista era magnífica, uma vez que se situava na aldeia mais alta de Portugal - Sabugueiro. Embora o serviço tenha sido muito bom e servido por pessoas muito simpáticas, não me lembro, sinceramente, o que comi pois só me consigo lembrar da sobremesa: Doce de abóbora e noz, com queijo da serra!!! ... já me está a crescer água na boca... chlép, chlép....
Dali dirigimo-nos até à torre onde vale a pena dar uma voltinha no teleférico.



O seguimento da viagem contou com uma breve visita à "pista de ski de verão" em Manteigas. Não se andou de ski.... mas deu para dar uma refrescadela (leia-se molhar os pés) no fresco e límpido rio que por ali passava.
As aldeias históricas mais próximas foram os próximos "alvos a abater".
Depois de já ter conhecido Almeida e Figueira de Castelo Rodrigo (Douro Internacional),
a primeira aldeia a visitar foi a aldeia natal de Pedro Alvares Cabral - Belmonte.



Quando lá entramos deparamo-nos com uma bela Feira Medieval a animar as "hostes".
A aldeia é muito bonita, está muito cuidada e o seu Castelo está em boas condições.
Como a noite já se aproximava foi decidido pernoitarmos pela Covilhã. A clássica cavaqueira ao serão foi dominada pelo cansaço, pois isto de andar de mota com o sol sempre a atestar também "moi" o mais resistente "guerreiro"!!!! ;)
O segundo "alvo", no dia seguinte, foi Castelo Novo, no Fundão.



Aqui vimos uma aldeia, que apesar de pequena, é extremamente bela e imaculadamente limpa! Um breve passeio por lá deu para apreciar os mais belos locais. Aqui achei "piada" a uma pequena lojinha de artesanato, Casa da Lagariça, com muito bom gosto, uma dona muito simpática e produtos regionais de qualidade (em sintonia com a localidade) que vale a pena visitar.
Como a fome já começava a apertar decidimos re-visitar Belmonte para almoçar (e experimentar uma tarte de leite condensado "medieval" que ficou "debaixo de olho" na primeira visita eheheh),mas não, sem antes ter sido picado por uma abelha no pescoço - valeu a rápida intervenção da minha "pendura" UFA!.....
O terceiro, e último, alvo foi Sortelha.



O caminho fez-se por estradas tortuosas mas em bom estado. Lá no cimo estava a aldeia muralhada. Por dentro está também muito cuidada e também oferece mais alguns serviços aos visitantes. Pode-se passear pela muralha e desfrutar das belas vistas. Para a descrever nada melhor que o site oficial da junta de freguesia: aqui.
O regresso dos guerreiros foi tranquilo e com a sensação que estes dois dias tinham sido cinco!!
Gostei de ver todos estes sítios bem cuidados, com pessoas simpáticas, com serviços de qualidade. Gostei de ver a imponência de toda aquela pedra, testemunha de um povo valoroso!!
Fica o desejo de conhecer as aldeias que restam.
Fica um abraço aos amigos que me acompanharam.
Fica, também, um beijo muito especial à minha "pendura" que foi uma verdadeira "guerreira" pois foi a sua primeira viagem de "longo curso" :*
Foram momentos de condão....

8.06.2007

Depois das Férias

Eis-me regressado de férias!!
Eis-me regressado da costa Alentejana, a qual não me canso de visitar.
Todas as praias são dignas de visita assim como todas as pequenas mas pitorescas localidades que por ali "pululam"!!
É sempre bom poder usufruir de tudo o que é bom e nosso!!! O Sol, o peixe, a gente da terra (quase) toda muito simpática.



Já que estou a falar de viagens e, ao mesmo tempo, pegando no tema do último post, venho falar de mais um "feito" que vem corroborar que a música é, efectivamente, uma linguagem universal.
Falo-vos do projecto "One Giant Leap".

Este projecto foi realizado em 2001 e nasceu da ideia tão simples mas ao mesmo tempo genial, de dois amigos, de viajar pelo mundo fora e gravar a música que nele se fazia.
Munidos apenas de uma câmara e de um portátil, gravaram os vários artistas, muitos deles nas próprias casas, e misturam, mais tarde, com sons mais "contemporâneos". O resultado foi um album genial e merecedor de dois "grammys".
Aqui fica uma pequena amostra. Uma faixa com o dueto entre "Asha Bhosle" - India e "Michael Stipe" - EUA (Vocalista dos R.E.M).
Podem saber mais aqui.









The Way You Dream

(Ashla Bhosle)
Karmany evaadhikaraste ma phalesu kadacana
Ma karma phala hetur bhur ma te sango'stv arkamani
Paritramaya sadhunam vinasaya ca duskrtam
Dharma samsthapanarthaya sambhavami yuge yuge

(Michael Stipe)
Fall over myself
Don't mean to interrupt
I was miles away
Things I forgot
Are the footstools of God
That's how I behaved
I frighten myself and folded my hand
As you talked to God

I love the way you dream (9x)

Even my most base complaint my sweet
My aims were lower
And even though all my restraint my sweet
My aim was clumsy
And even if there's only one thing I want for you
I want for you

I love the way you dream.

I love the way you love the way you dream, one for me one for you
One for me, one for you.

7.06.2007

Linguagem Universal

Na semana passada, por motivos profissionais, tive que me deslocar até Hamburgo. Depois de horas intermináveis de voos (devido aos atrasos por causa do mau tempo) e outras tantas de reuniões lá nos "brindaram" à noite com um jantar "à alemã".
Aí, no meio de um temporal, como nunca visto naquela região, e dos "bratwurst" consegui finalmente conhecer melhor os meus colegas de outras países e de outras culturas.
Na mesa onde fiquei estava um francês, um suiço, uma holandesa, um austríaco e uma alemã (a anfitriã). No meio das garfadas lá se ía tentado falar dos vários países, da sua gente, hábitos, etc. mas a conversa não"desenvolvia" para desepero da nossa anfitriã, que bem se esforçava a dar dicas para os vários assuntos. Eis senão quando, no meio de uma conversa que estava a manter com ela sobre uma viagem a NY, falei de música (blues e jazz) - os olhos dela brilharam "I love jazz!!" disse ela. Quando tal descobrimos que toda aquela gente que estava na mesa eram todos fãs de Jazz. Pronto! Estava o mote lançado! Foi a noite toda a falar de música. O francês já tinha o previlégio de ter visto Ella Fitzgerald ao vivo bem como Stephane Grapelli, o suiço era louco por Miles Davis, a alemã por Liza Ekdahl, Oscar Peterson e bossanova (embora não percebam puto do que se diz)... enfim foi um bela "cavaqueira" bem regada com uma "lagger".
No final, e porque tinha dito que gostava também de Oscar Peterson, a minha colega alemã prometeu-me um disco dele que não conhecia.
No dia seguinte lá estava ela com o "Soul Español"!!!
Ficou prometido da próxima vez levar-lhe alguma coisa de Jobim e de fado.
Parece que no fim de contas sempre existe uma linguagem que toda a gente entende... a música.
Aqui fica uma faixa desse album: "Soulville Samba".









6.22.2007


Jeff Buckley - "Novo" CD

Pois é... ao fim de 10 anos e depois de muito material editado, eis que sai uma compilação dos maiores êxitos deste fabuloso interprete: "So real, Songs from Jeff Buckley".
Para quem já conhece bem Jeff Buckley este CD não trás nada de novo, exceptuando uma versão inédita de uma música dos Smith "I Know It's Over" e uma versão acústica do "So Real" gravado ao vivo no japão.
Para quem ainda não teve a oportunidade de o ouvir (como será possivel!!!) aqui está uma bela oportunidade de, só num CD, poder ouvir as músicas "mais badaladas" de Jeff Buckley e assim enriquecer grandemente a sua cultura musical ;)))
Fica aqui uma pequena amostra: "Last Godbye" do album "Grace"... um clássico.



This is our last goodbye
I hate to feel the love between us die.
But it's over
Just hear this and then I'll go:
You gave me more to live for,
More than you'll ever know.

Well, this is our last embrace,
Must I dream and always see your face?
Why can't we overcome this wall?
Baby, maybe it's just because I didn't know you at all.

Kiss me, please kiss me,
But kiss me out of desire, babe, and not consolation.
Oh, you know it makes me so angry 'cause I know that in time
I'll only make you cry, this is our last goodbye.

Did you say, "No, this can't happen to me"?
And did you rush to the phone to call?
Was there a voice unkind in the back of your mind saying,
"Maybe, you didn't know him at all,
you didn't know him at all,
oh, you didn't know"?

Well, the bells out in the church tower chime,
Burning clues into this heart of mine.
Thinking so hard on her soft eyes, and the memories
Offer signs that it's over, it's over.

6.11.2007


Rumo a Bilbao

Finalmente consegui um tempinho para parar um bocadinho por aqui e partilhar algo mais convosco.
Este último fim-de-semana aproveitei o facto de ser prolongado e rumei, desta vez, até Bilbao. Confesso que ía com uma ideia que iria ver uma cidade em que o mais importante seria o seu museu Guggenheim e resto seria "paisagem"... pois enganei-me!!
Bilbao é uma cidade tipicamente espanhola: uma zona "nova", com os seus prédios, e uma zona velha, com as suas "calles" estreitas mas plenas de vida e que desembocam, invariavelmente, em grandes praças. Tive a oportunidade de ficar nesta zona, o "casco viejo".
O primeiro dia foi dedicado à "exploração". Depois de um bom pequeno almoço num dos sítios históricos (Bar Iruña), comecei, como seria de esperar, pelo museu.
Se as fotos já o mostravam de uma forma fantástica, ao vivo é magnífico. Todas aquelas linhas curvas, cobertas com placas de titânio, são hipnotizantes (até sensuais!), fazem-nos tirar fotos atrás de fotos e não fazem prever a imensidão que é por dentro. Apesar de estarem com o último piso em remodelação (e por isso tive desconto no preço do ingresso... como seria em Portugal??...) os outros dois encheram-me as medidas. Todas as obras de arte expostas eram dignas de serem vistas, mérito para o "audioguia" que fornecem à entrada.
De seguida, e com uma ajudinha do posto de turismo (que são muito bons) percorri todos os pontos de interesse. Vale a pena ver as suas igrejas e mosteiros, arquitectura, avenida do comércio, subir ao funicolar (tem-se uma vista sobre Bilbao fantástica) e o obrigatório "casco viejo". Há arte por todo o lado.




Gostei de "viver" estes dias "à espanhola". É bom ver como este pessoal goza o dia, mais propriamente o fim de tarde. Às 7 da tarde as várias tabernas começam a encher e é vê-los a beberem umas "cañas" (fino/imperial...) e comerem umas tapas ou "pintxos" (mesmo quando ao lado está a decorrer uma missa numa igreja qualquer). Confraternizam até por volta das 10 da noite, altura em que vão jantar... nas calmas.... e como "em roma sê romano"... assim fiz! Gostei!!

Contava, também, ouvir falar mais basco mas tal não aconteceu. Apesar do nome das ruas estarem tanto em castelhano como em basco e por todo o lado se ler muita coisa na "língua proibida", todas as pessoas falavam em castelhano e, para nosso gaudeo, percebem-nos perfeitamente (mesmo falando em português!).
Vale a pena!!!
Em matéria de alojamento também não falta onde ficar, desde * até *****.
Se lá forem só recomendo não ficarem no "hostal" onde fiquei: Hostal Arreaga. As instalações são razoáveis mas fui enganado, combinei um preço para guardar o carro e no fim cobraram-me outro (mais caro...).
A vinda foi feita ainda por Santander onde saliento as suas costas balneares com praias muito boas (... e uma manif contra o trânsito no centro da cidade feito por pessoas completamente nuas em bicicletas...) e por Leon (muito bonita com um certo "ar" medieval).
Cheguei cansado mas de alma "recarregada".

5.09.2007

Fado

Até às paredes confesso... que nunca fui grande fã do Fado, nem mesmo de Amália. Apenas gostava do som da guitarra portuguesa.
Conhecia, porém, os temas mais badalados e os que ouvi durante a minha passagem pela faculdade e que seriam as únicas excepções à regra.
Nos últimos tempos o Fado tem-se, a meu ver, "actualizado". Surgiram novos intérpretes tais como Mariza, Ana Moura, etc... O que vem provar que o Fado, por muito que custe aos mais "puristas", é algo vivo e que tem vindo a adaptar-se aos novos tempos, com novos e diferentes arranjos.
Aqui há uns dias "cruzei-me" com um vídeo do concerto da Mariza em Lisboa e onde ela interpretava "Ó Gente da Minha Terra" da Amália. O meu primeiro impulso foi mudar de canal, mas rapidamente me rendi àquela fantástica interpretação (onde a própria Mariza se emociona criando um momento longo onde não canta mas onde o público lhe dá uma grande ovação). Fiquei literalmente arrepiado. Aquela voz, aquela melodia, aquela orquestra por trás fizeram-me "dar o braço a torcer" e partir em busca de mais conhecimento sobre esta "estranha forma" de cantar, de viver.
Afinal, parece todos nós temos um pouco de Fado dentro de nós, ou não fosse eu português.
Desde a minha última serenata, na Sé doPorto , que um Fado não me fazia arrepiar. Este fê-lo e por isso aqui lhe presto a minha homenagem.









É meu e vosso este fado
Destino que nos amarra
Por mais que seja negado
Às cordas de uma guitarra

Sempre que se ouve o gemido
De uma guitarra a cantar
Fica-se logo perdido
Com vontade de chorar

Ó gente da minha terra
Agora é que eu percebi
Esta tristeza que trago
Foi de vós que recebi

E pareceria ternura
Se eu me deixasse embalar
Era maior a amargura
Menos triste o meu cantar

Ó gente da minha terra
Agora é que eu percebi
Esta tristeza que trago
Foi de vós que recebi

Podem ver o vídeo aqui.

5.06.2007

Nature Boy

Música de Eden Ahbez, que cultivava uma aparência "à Jesus Cristo" e que vivia debaixo das estrelas nos EUA, é uma das músicas que mais gosto de ouvir.
Já foi interpretada por centenas de artistas, em diversos estilos ao longo dos últimos 50 anos e continua a "evoluir".
E evolui porque a sua melodia é de tal forma "aberta" que dá, aos respectivos intérpretes, total liberdade para a explorar.
Gosto especialmente deste tema porque tem o melhor dos dois mundos: uma melodia simples mas "contundente" e uma letra com um forte sentido filosófico.
Estive verdadeiramente indeciso entre versões do David Bowie com os Massive Attack, e que podem ouvir na banda sonora do filme "Moulin Rouge", a do John Coltrane,a do trompetista John Hassell e a do guitarrista Joe Pass mas optei por duas outras.
A primeira é de uma senhora responsável por desviar a minha atenção para o Jazz Vocal mais contemporâneo: Lisa Ekdahl, e a segunda do "incontornável", e responsável pela edição deste tema: Nat King Cole.
Seria bom que todas as pessoas se encontrassem com o seu "Nature Boy" pelo menos uma vez na vida.





There was a boy
A very strange enchanted boy
They say he wandered very far, very far
Over land and sea
A litte shy and sad of eye
But very wise was he

And then one day
A magic day he passed my way
And while we spoke of many things
Fools and kings
This he said to me
"The greatest thing you'll ever learn
Is just to love and be loved in return "

4.17.2007

Douro Internacional - Um Tesouro aqui tão perto!!

No último fim-de-semana prolongado, peguei nas botas de montanha e rumei até à zona do Douro Internacional.
Se descrevesse tudo o que vi e senti não chegariam dois blogues....
Comecei por Almeida, pitoresca com as suas ruínas e um picadeiro belíssimo, e mais tarde segui para Figueira de Castelo Rodrigo.

Aqui explorei as suas muralhas, castelo,e lojinhas com produtos da região. Como a noite se aproximava (e a chuva também) pernoitei por lá.
No dia seguinte ainda visitei Almofala, "a capital das amendoeiras em flôr", Escarigo e Mata de Lobos.

Foi ali em Almofala que fui até a um miradouro natural onde se pode ver as arribas do Rio Águeda - Sto. André. Digo-vos, é divinal!!! Respira-se paz, respira-se ar puro, respira-se natureza no seu maior esplendor, observa-se o vôo de grifos e outras aves de rapina e, com um olhar mais atento, observa-se algumas construções pré-históricas.

Ainda passei pela albufeira e torre de almofala, de onde se poderia realizar mais alguns percursos (não fosse a chuva!!) devidamente assinalados por placas do ICN.
Dali rumei a Barca de Alva passando por Escalhão (como se chamarão as pessoas de lá?...). Barca de Alva, onde já se começa a apreciar o rio Douro e ao contrário do que pensava, não tem nada de especial para ver, com a devida excepção do rio e da velha estação de caminho de ferro, da já extinta linha do Douro. Foi nestas "ruínas contemporâneas" que vi o maior n.º de ninhos de andorinhas por metro quadrado.

Objectivo seguinte: Freixo de Espada à Cinta. A estrada nacional que liga estas duas localidades está em muito bom estado e percorre as margens do rio Douro. Desta forma para-se em muitos sítios para apreciar a paisagem , tirar fotos e gozar desta calmaria. Se tiverem atentos ao céu, verão muitas aves que só ali nidificam.
Sempre a fugir à chuva, continuei por Mogadouro até Miranda do Douro de onde regressei.
Fica na memória a beleza natural, o cheiro da terra que começa a despontar (a urze, o rosmaninho....), a fauna e flora belíssima e...o pão!!! (delicioso!!)
Deixo, em jeito de Prof. Marcelo, uma nota negativa aos postos de turismo, centros de informação do ICN e a alguns museus e conventos que estiveram fechados durante esse fim-de-semana.
"Ó pá!!! Quem iria adivinhar que num fim-de-semana prolongado houvesse turistas??? (e a maior parte deles eram espanhóis...)." Depois queixem-se....
Fica a vontade de voltar, desta vez em duas rodas e com binóculos (as aves deviam voar mais baixinho, caraças!!!) para explorar o muito que ficou por explorar.
Bora lá?


Apetece dizer: " Eu quero uma casa no campo"









Eu quero uma casa no campo
Onde eu possa compor muitos rocks rurais
E tenha somente a certeza
Dos amigos do peito e nada mais
Eu quero uma casa no campo
Onde eu possa ficar no tamanho da paz
E tenha somente a certeza
Dos limites do corpo e nada mais
Eu quero carneiros e cabras pastando solenes
No meu jardim
Eu quero o silêncio das línguas cansadas
Eu quero a esperança de óculos
E um filho de cuca legal
Eu quero plantar e colher com a mão
A pimenta e o sal
Eu quero uma casa no campo
Do tamanho ideal, pau-a-pique e sapé
Onde eu possa plantar meus amigos
Meus discos e livros
e nada mais

3.30.2007

O Amor é....

Por muito que se fale, por muito que se filosofe, jamais conseguiremos defenir este sentimento.
E para quê defini-lo??? Para nada!!! Cada um de nós é um ser único com os seus modos de ser e pensar. Basta respeitarmo-nos uns aos outros, aceitá-los como eles são e, provavelmente, um dia saberemos o que é amar.



  • Amor é fogo que arde sem se ver. É ferida que dói e não se sente. - Luis de Camões
  • Quem não considera os defeitos do ser amado como virtude, não ama. - Goethe
  • Amor: uma perigosa doença mental. - Platão
  • Todas as cartas de amor são ridículas. Não seriam cartas de amor se não fossem ridículas. Também escrevi em meu tempo cartas de amor. Como as outras, ridículas... - Fernando Pessoa
  • Quando o amor vos fizer sinal, segui-o; ainda que os seus caminhos sejam duros e escarpados. E quando as suas asas vos envolverem, entregai-vos; ainda que a espada escondida na sua plumagem vos possa ferir. - Khali Ghibran
  • O amor pode fazer um cão ladrar em versos. - John Fletcher
  • O Amor é Fodido - Miguel Esteves Cardoso
... anda aí muita gente confusa eheh ;)



Je suis ton pile
Tu es mes faces
Toi mon nombril
Et moi ta glace
Tu es l'envie et moi le geste
Toi le citron et moi le zeste
Je suis le thé, tu es la tasse
Toi la guitare et moi la basse

Je suis la pluie et tu es mes gouttes
Tu es le oui et moi le doute
T'es le bouquet je suis les fleurs
Tu es l'aorte et moi le coeur
Toi t'es l'instant moi le bonheur
Tu es le verre je suis le vin
Toi tu es l'herbe et moi le joint
Tu es le vent j'suis la rafale
Toi la raquette et moi la balle
T'es le jouet et moi l'enfant
T'es le vieillard et moi le temps
Je suis l'iris tu es la pupille
Je suis l'épice toi la papille
Toi l'eau qui vient et moi la bouche
Toi l'aube et moi le ciel qui s'couche
T'es le vicaire et moi l'ivresse
T'es le mensonge moi la paresse
T'es le guépard moi la vitesse
Tu es la main moi la caresse
Je suis l'enfer de ta pécheresse
Tu es le ciel moi la terre, hum
Je suis l'oreille de ta musique
Je suis le soleil de tes tropiques
Je suis le tabac de ta pipe
T'es le plaisir je suis la foudre
Tu es la gamme et moi la note
Tu es la flamme moi l'allumette
T'es la chaleur j'suis la paresse
T'es la torpeur et moi la sieste
T'es la fraîcheur et moi l'averse
Tu es les fesses je suis la chaise
Tu es bémol et moi j'suis dièse

T'es le laurel de mon hardy
T'es le plaisir de mon soupir
T'es la moustache de mon trotski
T'es tous les éclats de mon rire
Tu es le chant de ma sirène
Tu es le sang et moi la veine
T'es le jamais de mon toujours
T'es mon amour t'es mon amour

Je suis ton pile
Toi mon face
Toi mon nombril
Et moi ta glace
Tu es l'envie et moi le geste
T'es le citron et moi le zeste
Je suis le thé, tu es la tasse
Toi la putain et moi la passe
Tu es la tombe et moi l'épitaphe
Et toi le texte, moi le paragraphe
Tu es le lapsus et moi la gaffe
Toi l'élégance et moi la grâce
Tu es l'effet et moi la cause
Toi le divan moi la névrose
Toi l'épine moi la rose
Tu es la tristesse moi le poète
Tu es la belle et moi la bête
Tu es le corps et moi la tête
Tu es le corps. hummm !
T'es le sérieux moi l'insouciance
Toi le flic moi la balance
Toi le gibier moi la potence
Toi l'ennui et moi la transe
Toi le très peu moi le beaucoup
Moi le sage et toi le fou
Tu es l'éclair et moi la poudre
Toi la paille et moi la poutre
Tu es le surmoi de mon ça
C'est toi charybde et moi scylla
Tu es la mère et moi le doute
Tu es le néant et moi le tout
Tu es le chant de ma sirène
Toi tu es le sang et moi la veine
T'es le jamais de mon toujours
T'es mon amour t'es mon amour

3.15.2007

Casa Inundada

Hoje cheguei a casa e tinha a casa inundada... de Luz!!!
Depois de um dia de trabalho é bom chegar a casa, sentar, respirar fundo e disfrutar da calmaria que aqui mora.
Um bom disco, algo para beber e pronto, o stress desaparece.




"...quem vive próximo da natureza tende a ser bom. O motivo seria assistir a tantos Pores-do-sol. Não sei...É impossível assistir a um pôr-do-sol e ir depois pegar fogo à tenda do vizinho. Viver perto da Natureza é maravilhoso para a saúde mental." (em "Ismael" de Daniel Quinn, a respeito da teoria do bom selvagem).

aaaaaaah é bom chegar a casa....

...um grama de condão.





Here Comes The Sun

(George Harrison)

Here comes the sun, here comes the sun
And I say it's all right
Little darlin' it's been a long cold lonely winter
Little darlin' it feels like years since it's been here
Here comes the sun, here comes the sun
And I say it's all right
Little darlin' the smiles returning to their faces
Little darlin' it seems like years since it's been here
Here comes the sun, here comes the sun
And I say it's all right
Little darlin' I feel the ice is slowly meltin'
Little darlin' it seems like years since it's been clear
Here come the sun, here comes the sun
And I say it's all right
Here come the sun, here comes the sun
It's all right, it's all right

3.12.2007

"Fallen Art" por Tomek Baginski

Talvez inspirado pelo post do nosso amigo JPG, "Aguarela do Brasil" no seu Blog "Coffee Time", lembrei-me de uns vídeos de animação que tinha algures nos confins do meu disco duro.
Trata-se de umas curtas metragens do, já nomeado para oscar, Tomek Baginski.
Fiquei particularmente surpreendido por este "Fallen Art" não só pela qualidade da animação em si, como também, pela estória e respectiva banda sonora.
Este autor polaco possui também, pelo menos, mais três outros filmes de boa qualidade: "Katedra, "Undo" e "Rain", todos eles também dignos de serem vistos.
Fica a chamada de atenção para a banda sonora: "Asfalt Tango" interpretada pelos "Fanfare Ciocarlia" (estilo Kusturika) e que já actuaram há pouco menos de um ano no "Rosa Mota".
A estória desta obra multi-premiada poder-se-ía resumir da seguinte forma:
"Em uma base militar esquecida, os soldados que enlouqueceram devido aos horrores da guerra são recolhidos para uma missão final." (Rodrigo em www.officebravus.com)
Uma curta metragem de Condão :)

3.05.2007

Uma Aventura de Sonho - "The Long Way Round"

Como sou um amante incondicional de motos não podia de deixar de ler este livro. Fiquei curioso ao ver que um dos intervenientes ser o Ewan McGreggor ("Big Fish", "Star Wars" I e II , "Moulin Rouge"...) e que, tal como eu, é "maluquinho" por motas. Estes dois amigos, inspirados pelas aventuras de Ted Simon (um ex-jornalista que deu a volta ao mundo numa Triumph Tiger 500) em "The Jupiter's Travels", decidiram colocar mãos à obra e, depois de reunir uma equipa de apoio (não são nada burros...), ir dar uma "voltinha": de Londres a Nova Iorque pelo caminho mais longo. Sendo assim passaram pela Europa Central, Ucrania, Kazaquistão, Mongolia, Siberia e Canada (a ligação entre Magadan na Siberia e Anchorage no Alaska foi feito de Ferry).
Este livro não nos chateia com termos técnicos. Tem uma visão muito humana e relata, pela mão de cada um, as várias peripecias por que passaram durante 4 meses. Podemos ler desde os pensamentos mais pessoais (durante horas e horas de condução), passando pela contemplação de paisagens de cortar a respiração (algumas fotos no livro) até as aventuras de cada um (passagem de rios profundos, testas inchadas com mosquitos do Casaquistão,pontes em estado duvidoso, jantares com a máfia russa onde cantaram e deram tiros com Kalashnikov's, jantares com mongois onde provaram testículos de boi!!!!).
Foi com esta experiência e depois de ter visitado vários locais onde a UNICEF actua e ter contactado com crianças vítimas de Chernobyl e de apoio às crianças abandonadas na Ucrania que Ewan ficou particularmente empenhado em ajudar esta (e outras) associações. Desta forma, as verbas deste livro, assim como todo o merchandising associado, reverte, em parte, para essas mesmas instituições.
Acho que vale a pena ler.
Neste momento estão a planear o "Long Way Down" (de Londres à Cidade do Cabo).
Podem dar uma vista de olhos em: http://www.longwayround.com/html/longwayround.html
Apesar de, enquanto conduziam, ouvirem músicas dos Radiohead, Stereophinics, Massive Attack... vou colocar uma "Road Song" dos Black Crowes: "Wiser Time". Acho que liga bem com uma boa estrada ;))) (e segundo a imagem estereotipada dos "motoqueiros", para além da figura de feios, porcos e maus há sempre o R'n'R.... vou tirar tudo excepto o R'n'R eheheh).



No time left now for shame
Horizon behind me, no more pain
Windswept stars blink and smile
Another song, another mile
You read the line every time
Ask me about crime in my mind
Ask me why another road song
Funny but I bet you never left home
Chorus:
On a good day, its not every day
We can part the sea
And on a bad day, its not every day
Glory beyond our reach
Fourteen Seconds until sunrise
Tired but wiser for the time
Lightning 30 miles away
Three thousand more in two days

Jeff Buckley

Se pudesse colocaria todas as músicas do "Grace" aqui no "Grama de Condão" pois todo o album é digno de registo. Temas como "Hallelujah" (Leonard Cohen), "Lover You Should Have come Over" e "Last godbye" são inesquecíveis (e são daquelas músicas que me fazem parar no tempo e relaxar...). Em todo caso podem ouvir estes dois ultimos temas na playlist do "Fine Tune" colocado aqui ao lado.
Outros temas do "Sketches..." também não devem passar despercebidos: "Dream Brother", "Everybody here Wants You", "New Year's Prayer"...
Para finalizar este pequeno "ciclo Jeff Buckley" gostava de colocar mais um tema: "Forget Her" (um dos temas editados já em 2004 muito após a sua morte). Este (juntamente com o "Lover you should...") é mais um tema onde se pode apreciar a sua voz fantástica e ao mesmo tempo sentir o crescendo de dor e lamento de uma verdadeira "Love song".
Como sempre coloco as letras, pois acho que só assim se pode apreciar estas obras em toda a sua plenitude.




While this time's busy sleeping,
All the noise has died away.
I walk the streets to stop my weeping,
She'll never change her ways.

Don't fool yourself, she was heartache from the moment that you met her.
And my heart is frozen still as I try to find the will to forget her, somehow.
She's somewhere out there now.

Her love is a rose, pale and dying.
Dropping her petals in land unknown
All full of wine, the world before her, was sober with no place to go.

Don't fool yourself, she was heartache from the moment that you met her.
My heart is frozen still as I try to find the will to forget her, somehow.
She's somewhere out there now.

Well my tears fall down as I try to forget,
Her love was a joke from the day that we met.
All of the words, all of her men,
all of my pain when I think back to when.

Remember her hair as it shone in the sun,
the smell of the bed when I knew what she'd done.
Tell myself over and over you won't ever need her again.

But don't fool yourself,
she was heartache from the moment that you met her.
My heart is frozen still as I try to find the will to forget her, somehow.
She's out there somewhere now.

Oh She was heartache from the day that I first met her.
My heart is frozen still as I try to find the will to forget you, somehow.
Cause I know you're somewhere out there right now

3.02.2007

Jeff Buckley - Um hino à genialidade.

Depois de um grande senhor, como o “Camaleão”, só poderia vir outro (aliás David Bowie elegeu um dos seus álbuns - “Grace”- como um dos 10 álbuns que levaria para uma ilha deserta), trata-se de Jeff Buckley.
Filho do, também cantor de culto, Tim Buckley, Jeff era possuidor de uma voz assombrosa, pois conseguia abarcar 2 oitavas.
Começou a tocar guitarra aos 6 anos e, influenciado pela música que se ouvia lá em casa (de Led Zeppelin, Nina Simone até Al Di Meola e Yes.) desenvolveu um estilo único com o qual começou a fazer carreira.
Depois de ter estudado música em L.A. começou a tocar com várias bandas de rock, funk, jazz e reggae até criar a sua própria banda “God and Monsters”. Esta formação teve pouco tempo de vida uma vez que Jeff Buckley a abandonou optando por actuações a solo.
Estas actuações eram realizadas em clubes e cafés de Manhattan sendo o seu preferido um pequeno café irlandês chamado “Sin-é” onde começou a actuar regularmente em 1992. O seu reportório era constituído maioritariamente por versões rock, folk e jazz de outros cantores bem conhecidos tais como: Led Zeppelin, Bob Dylan, Edith Piaf, The Smiths, entre outros. Daqui resulta o seu primeiro disco, de registos ao vivo: “Live at Sin-é”.
É exactamente uma ano depois, em 1994, que Jeff Buckley (agora com uma banda a acompanhá-lo) lança o álbum que o tornaria conhecido em todo o mundo: “Grace”.



Este álbum foi agraciado com inúmeros prémios desde França até Austrália sendo variadíssimas vezes elogiado por nomes que outrora tinham sido as suas influências como Robert Plant e Jimmy Page dos Zeppellin, Bob Dylan e David Bowie.
Seguiu-se uma longa temporada recheada de concerto e tours mundiais até que em 1997 começou a trabalhar no que viria a ser o seu segundo albúm “My Sweetheart the Drunk”.



Este último, porém, iria ser editado postumamente.
Jeff Buckley morreria afogado no rio Wolf, pertencente ao Mississipi, numa noite em que decidiu ir dar um mergulho na companhia de um amigo. O seu corpo só seria encontrado 7 dias depois. Tinha 30 anos.
Fica na sua discografia “Live at Sin-é”, “Grace” e “Sketches (For My Sweetheart the Drunk)”, outros viriam mas como registos áudio e vídeo de concertos ao vivo.
Fala-se actualmente numa possível edição de um álbum com alguns temas que Jeff estaria a trabalhar na altura da sua morte e outros que nunca foram editados.
Só um génio poderia criar o que criou em apenas cinco anos…

Ficam, para já, dois temas do "Grace": "Grace", onde se pode comprovar a sua excelente capacidade vocal e "Lilac Wine" um tema baseado numa versão de Nina Simone.



There's the moon asking to stay
Long enough for the clouds to fly me away
Well it's my time coming,
I'm not afraid to die
My fading voice sings of love,
but she cries to the clicking of time
Oh, time,
Wait in the fire...
And she weeps on my arm
Walking to the bright lights in sorrow
Oh drink a bit of wine we both might go tomorrow
Oh my love...
And the rain is falling and I believe my time has come
It reminds me of the pain I might leave behind...
Wait in the fire
And I feel them drown my name
So easy to know and forget with this kiss
I'm not afraid to go but it goes so slow




I lost myself on a cool damp night
Gave myself in that misty light
Was hypnotized by a strange delight
Under a lilac tree
I made wine from the lilac tree
Put my heart in its recipe
It makes me see what I want to see…
And be what I want to be
When I think more than I want to think
Do things much I never should done
I drink much more than I ought to drink
Because it brings me back you...
Lilac wine is sweet and heady, like my love
Lilac wine, I feel unsteady, like my love
Listen to me…
I cannot see clearly
Isn't that she coming to me nearly here?
Lilac wine is sweet and heady, where's my love?
Lilac wine I feel unsteady,
where's my love?
Listen to me, why is everything so hazy?
Isn't that she, or am I just going crazy, dear?
Lilac wine,
I feel unready for my love

2.27.2007

David Bowie - Loving the Alien

Sempre fui um fã deste senhor e como tal não poderia deixar de o escolher para a "inauguração" deste blog.
Neste video vêmo-lo a interpretar "Loving the Alien" do album "Tonight" de 1984. Este album não é dos seus melhores e esta musica passava um pouco despercebida quando no mesmo album estavam temas como "Tonight" e "Blue Jean".
Em 2004 foi lançado um DVD dum concerto onde o "Camaleão" re-interpreta esta música, desta vez, de uma forma soberba. A eterna formula funciona: "Keep it Simple". As coisas simples são as melhores ;)...
A seu tempo irei dedicar um tempinho a este senhor do Rock.

Uma delícia!!!




"Loving The Alien"

Watching them come and go
The Templars and the Saracens
They're travelling the holy land
Opening telegrams

Torture comes and torture goes
Knights who'd give you anything
They bear the cross of Coeur de Leon
Salvation for the mirror blind

But if you pray
all your sins are hooked upon the sky
Pray and the heathen lie will disappear
Prayers they hide
the saddest view
(Believing the strangest things,
loving the alien)

And your prayers they break the sky in two
(Believing the strangest things, loving the alien)

You pray til the break of dawn
(Believing the strangest things, loving the alien)

And you'll believe you're loving the alien
(Believing the strangest things, loving the alien)

Thinking of a different time
Palestine a modern problem
Bounty and your wealth in land
Terror in a best laid plan

Watching them come and go
Tomorrows and the yesterdays
Christians and the unbelievers
Hanging by the cross and na
il


Um Grama de Condão - O princípio...

Há quanto tempo não pára para pensar? A sério!! Há quanto tempo não faz uma pausa para pensar no que realmente é importante? Há quanto tempo não “dá um tempo” para observar as pequenas coisas? Aquelas pequenas coisas que nos “acenam” todos os dias mas que nós teimamos em não lhe dar atenção porque andamos demasiados “stressados”?

“Essas” coisas poderão ser uma música, um cheiro familiar, uma estrada ou outra sensação aparentemente sem sentido (lembram-se da mão num saco de feijões no filme “ O Fabuloso Destino de Amelie Poulain”?).

Se fosse possível pesar essas sensações, o seu peso seria tão insignificante quanto um grama, mas esse grama tem efeitos mágicos. Fazem-nos olhar o mundo com outros olhos (talvez os mesmos com que nascemos mas perdemos algures pelo caminho), respirar fundo e ver as verdadeiras cores que nos rodeiam.

É aqui que este blog tem o seu papel. É aqui que o “grama de condão” vai tentar ser uma pequena montra dessas sensações.

Por certo verão quase só, da minha parte, menções a músicas e ás suas letras, com chamadas de atenção a pormenores, e a fotografia mas espero que alguém que tropece no “Grama de Condão” partilhe também as suas “pequenas gramas”.

Talvez esteja a ficar velho........ pois assim seja.