5.09.2007

Fado

Até às paredes confesso... que nunca fui grande fã do Fado, nem mesmo de Amália. Apenas gostava do som da guitarra portuguesa.
Conhecia, porém, os temas mais badalados e os que ouvi durante a minha passagem pela faculdade e que seriam as únicas excepções à regra.
Nos últimos tempos o Fado tem-se, a meu ver, "actualizado". Surgiram novos intérpretes tais como Mariza, Ana Moura, etc... O que vem provar que o Fado, por muito que custe aos mais "puristas", é algo vivo e que tem vindo a adaptar-se aos novos tempos, com novos e diferentes arranjos.
Aqui há uns dias "cruzei-me" com um vídeo do concerto da Mariza em Lisboa e onde ela interpretava "Ó Gente da Minha Terra" da Amália. O meu primeiro impulso foi mudar de canal, mas rapidamente me rendi àquela fantástica interpretação (onde a própria Mariza se emociona criando um momento longo onde não canta mas onde o público lhe dá uma grande ovação). Fiquei literalmente arrepiado. Aquela voz, aquela melodia, aquela orquestra por trás fizeram-me "dar o braço a torcer" e partir em busca de mais conhecimento sobre esta "estranha forma" de cantar, de viver.
Afinal, parece todos nós temos um pouco de Fado dentro de nós, ou não fosse eu português.
Desde a minha última serenata, na Sé doPorto , que um Fado não me fazia arrepiar. Este fê-lo e por isso aqui lhe presto a minha homenagem.









É meu e vosso este fado
Destino que nos amarra
Por mais que seja negado
Às cordas de uma guitarra

Sempre que se ouve o gemido
De uma guitarra a cantar
Fica-se logo perdido
Com vontade de chorar

Ó gente da minha terra
Agora é que eu percebi
Esta tristeza que trago
Foi de vós que recebi

E pareceria ternura
Se eu me deixasse embalar
Era maior a amargura
Menos triste o meu cantar

Ó gente da minha terra
Agora é que eu percebi
Esta tristeza que trago
Foi de vós que recebi

Podem ver o vídeo aqui.

5.06.2007

Nature Boy

Música de Eden Ahbez, que cultivava uma aparência "à Jesus Cristo" e que vivia debaixo das estrelas nos EUA, é uma das músicas que mais gosto de ouvir.
Já foi interpretada por centenas de artistas, em diversos estilos ao longo dos últimos 50 anos e continua a "evoluir".
E evolui porque a sua melodia é de tal forma "aberta" que dá, aos respectivos intérpretes, total liberdade para a explorar.
Gosto especialmente deste tema porque tem o melhor dos dois mundos: uma melodia simples mas "contundente" e uma letra com um forte sentido filosófico.
Estive verdadeiramente indeciso entre versões do David Bowie com os Massive Attack, e que podem ouvir na banda sonora do filme "Moulin Rouge", a do John Coltrane,a do trompetista John Hassell e a do guitarrista Joe Pass mas optei por duas outras.
A primeira é de uma senhora responsável por desviar a minha atenção para o Jazz Vocal mais contemporâneo: Lisa Ekdahl, e a segunda do "incontornável", e responsável pela edição deste tema: Nat King Cole.
Seria bom que todas as pessoas se encontrassem com o seu "Nature Boy" pelo menos uma vez na vida.





There was a boy
A very strange enchanted boy
They say he wandered very far, very far
Over land and sea
A litte shy and sad of eye
But very wise was he

And then one day
A magic day he passed my way
And while we spoke of many things
Fools and kings
This he said to me
"The greatest thing you'll ever learn
Is just to love and be loved in return "