O deserto
A viagem até ao deserto foi um pouco atribulada. A mota teimava em "babar" um bocadinho de óleo até que nos decidimos por pedir ajuda a um mecânico local, num sítio não sei aonde!!
O que é facto é que reparou a tampa do motor com a facilidade de um verdadeiro artesão (claro que o pagamento teve que ser bem regateado...).
Durante o caminho tivemos a hipótese de visitar as gargantas do rio Todra: verdadeiras muralhas de centenas de metros erguem-se para, de uma forma majestosa, abraçar o pequeno rio... a Natureza em toda a sua força!
Como já nos tínhamos atrasado e já ficava tarde decidimos rumar até ao nosso destino daquele dia: Erg Chebi!
Mais uma vez as nuvens ameaçavam em fazer-nos passar um mau bocado. A noite instalou-se com a rapidez habitual, a estrada não tinha qualquer iluminação e o céu iluminava-se intermitentemente com imponentes trovões... mas o calor continuava, abafado. Apesar de todo este cenário apenas caíram umas poucas, mas pesadas e gordas, gotas.
Por fim chegámos ao albergue. Após uns dois quilómetros em areia à porta do deserto fomos recebidos calorosamente, não só pelos nossos amigos que já lá estavam, mas também pelos nossos anfitriões que já tinham preparado um repasto à moda Berbere: num Bivouac.
Foi uma noite fantástica. Acabámos a beber chá (para variar) e a cantar (até deu para dar uns toquezinhos numa viola que por lá estava). Por fim adormecemos sob aquele céu imenso...
O acordar, no dia seguinte, foi uma surpresa. Pude ver, agora à luz do dia, todo aquele deserto que se desenhava por dunas de linha sensuais à nossa frente!!! Uma coisa é vê-las nos filmes e documentários outra é vê-las ao vivo!!!
A partir daqui foi o regresso pelo costa.
Pelo caminho parámos perto de uma escola e, rapidamente, os pequenotes rodearam as motas com a curiosidade típica. Tinha levado uns "souvenirs" (canetas e lápis com "Mickeys", porta chaves... enfim aquelas coisas que nos dão aqui aos montes e que não damos valor nenhum...) para tentar trocar por qualquer coisa, mas decidi dá-los. Haviam de ver a expressão na cara deles... quando a mais pequenita pegou no lápis da "Minie" parecia que tinha recebido a maior prenda do mundo... tive pena de não ter ali mais coisas para lhes dar....
A costa.... igual a todas as outras.
O regresso... calmo e desejado.
Fica a vontade de regressar qualquer dia.
2.05.2008
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7 comentários:
'um grama de condão', o blog que às vezes tarda, mas nunca falha!
beijinhos
Fiquei com inveja...uma aventura e tanto! E sim, sei andar de mota :D
Kisses
Ainda que o meu amigo não apareça, de vez em quando apareço eu.
Boas viagens, de mota, claro!
Um abraço.
Jorge G.
MCP:
É verdade... vou ver se começa a tardar menos.
Beijo
Alien:
Não fiques com inveja, deves já ter feito muitas outras viagens por esses planetas fora ;)
Vamos combinar uma voltinha por aí!!!
Abraço
Mocho-real:
Obrigado pela tua visita amigo. Prometo visitar-te mais vezes.
Abraço
Estás à vontade... o que me traz aqui não é propriamente a actualidade da notícia!
Estava era a pensar que nunca mais ia ler o fim da história.
Está-se bem!
Há uma música dos Pink Floyd que se adequa muito bem a este blogue, e diz assim:
"Is there anybody out there? Is there anybody out there?"
Gosto de ler as tuas descrições de aventura. E sim, pude imaginar o rosto das crianças a quem o pouco de nada de alguns é o muito que faz a vida delas.
Beijinhos
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